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Congresso de Saúde da Família e Comunidade no HUPE - PALAVRA DO PRESIDENTE

          Saúde da Família, tema do próximo Congresso do Hospital Universitário Pedro Ernesto, representa, atualmente, um campo de conhecimentos e práticas de alta relevância para a saúde no Brasil. É uma estratégia adotada há 15 anos pelo Ministério da Saúde com o propósito de re-orientar a Atenção Primária e o modelo assistencial vigente no país que, àquela altura - parecia óbvio - necessitavam mudar.

          Entretanto, em alguns centros urbanos mais refratários à introdução de mudanças no campo da saúde, ainda hoje, a regra é investir em ações de baixo impacto e esperar. Aqui no Rio, essa espera corresponde à ocorrência de situações tão dramáticas que, no tocante à saúde, esta cidade pode ser reconhecida pelo tamanho das filas que se formam, madrugada adentro, às portas de uma rede assistencial totalmente congestionada. Filas em ambulatório e na ante-sala dos consultórios; hospitais superlotados e uma espera alucinante de vaga em centro cirúrgico, CTI e tantos outros setores especializados de diagnóstico e tratamento.

          No Rio faltam vagas em maternidades e sobram doentes que se aglomeram em toda parte dos serviços de emergência à espera de um socorro que nem sempre consegue chegar. A maior parte desses pacientes que invadem as unidades de pronto-atendimento e de pronto socorro poderia ter seus problemas de saúde acolhidos e resolvidos no âmbito da Estratégia Saúde da Família. Recorrem à rede de urgência simplesmente pela enorme dificuldade de acesso oportuno a uma assistência médica mais adequada.

          Para mudar este cenário de baixa eficiência e reverter a baixa capacidade resolutiva que compromete o desempenho do setor saúde em seu conjunto, é necessário instituir e aperfeiçoar sistemas de saúde orientados para a Atenção Primária. A inteligência sanitária mundial tem reiterado, sobretudo a partir da experiência acumulada em países tão díspares quanto Estados Unidos, Cuba, Inglaterra, Portugal, Espanha e tantos outros, que os resultados obtidos no campo da saúde são diretamente proporcionais à qualidade dos cuidados primários instituídos.

          No Brasil não tem sido diferente. Municípios que vêm investindo no aperfeiçoamento da Saúde da Família, tanto em relação à infra-estrutura, melhoria das condições de trabalho, incentivos salariais e respeito à legislação trabalhista, quanto ao desenvolvimento científico, formação de especialistas em medicina de família e comunidade e capacitação das respectivas equipes de trabalho, alcançam resultados cada vez mais animadores.

          Resultados ainda melhores podem ser esperados no curto prazo a partir da recente criação, pelo Ministério da Saúde, dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), constituídos por médicos de outras especialidades e profissionais de outras categorias da saúde com o propósito de desenvolver ações complementares e colaborar com o trabalho das Equipes de Saúde da Família.

          A Saúde no Rio precisa despertar para essa nova realidade. O investimento necessário é muito menor que os custos de um sistema de saúde com atenção primária desorganizada. Cidades de grande porte a exemplo de Belo Horizonte já recolhem incontáveis benefícios econômicos, sociais e sanitários deste investimento.

          Entretanto, para alcançar igual sucesso, também é necessário abandonar, já, concepções reducionistas que não fazem justiça à complexidade dos problemas inerentes à Atenção Primária à Saúde; é necessário abandonar preconceitos que identificam a Medicina de Família e Comunidade com medicina pobre para os pobres e condicionam a implantação da Estratégia Saúde da Família, de modo quase exclusivo, em regiões conflagradas desta cidade. Afinal, saúde é direito de todos e dever do Estado. Inclusive no âmbito da Atenção Primária.

          È neste contexto que o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que em 1976 instituiu um dos três programas pioneiros de Residência no campo da Medicina de Família e Comunidade no Brasil, resolveu dedicar seu próximo Congresso anual à temática Saúde da Família, embalado na esperança de partilhar um movimento multiprofissional e interdisciplinar em prol da Saúde no Rio.

          Para entrar nessa onda informe-se com a Comissão Científica Pedro Ernesto - COCIPE - e não esqueça: o Congresso de Saúde da Família do HUPE será realizado na última semana de agosto de 2009.



Professor Ricardo Donato Rodrigues
Presidente do 47º Congresso Científico do HUPE

         
 
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